viernes, 29 de noviembre de 2013

NEVOEIRO (Fernando Pessoa)

Nem rei nem  lei,  nem  paz  nem  guerra,
Define con  perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é  Portugal  a entristecer-
Brilho  sem  luz a sem arder,
Como o que o fogo- fátuo encerra.
Ninguém  sabe que  coisa quer.
Ninguém conhoce que alma  tem,
Nem  o que é  mal nem  o que  é bem.
    Que  ánsia distante  perto  chora?
Tudo  é  incerto e derradeiro.
Tudo  é disperso,  nada  é  inteiro.
Ó Portugal,  hoje és  nevoeiro...
É a Hora!

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